Manual do comportamento social - Supermercado

A vida em sociedade compreende uma série de regras que você não encontrará escrita em lugar algum. Estas regras baseiam-se em um princípio muito antigo, quase extinto nos dias atuais: o bom senso. Como o mundo hoje parece ter se esquecido desse pilar importante de nossa sociedade, achei por bem fazer uma série citando algumas regras que garantem que eu não queira te matar o bom convívio neste mundo tomado pelo caos. Para facilitar a compreensão e aplicação das regras, irei reuni-las de acordo com o local ou situação. Achei por bem começar com um local onde vamos pelo menos uma vez ao mês, o supermercado. Embora pareça um local qualquer, o supermercado reúne regras básicas para manutenção de uma sociedade de paz e harmonia.

Acho que o primeiro ponto a ser abordado é o trânsito dentro do mercado. Infelizmente, as regras de trânsito que tanto mantém organizado o fluxo de veículos na cidade (ou não) não se aplicam ao mercado, o que leva as pessoas ao engano de achar que podem transitar com o carrinho da maneira que bem entendem. Não, vocês não podem. Acho que pedir para transitar com o carrinho somente pela direita é um tanto quanto exagero de minha parte. Mas o básico é você não largar o carrinho no meio do corredor. Já ajuda bastante. Sabe aquela sensação maravilhosa de passar com seu carrinho por um corredor vazio? Então, colabore para que outros tenham essa sensação.

O decorrer das compras, observada a regra anterior, deve acontecer com calma e sem maiores problemas. Mas chega o momento mais desafiador do bom senso: a fila do caixa! Em primeiro lugar, uma regra geral para filas: dê uma distância da pessoa da frente. Não precisa ser muito, o suficiente para respeitar a dignidade do indivíduo parado a sua frente. Sempre tem um que fica colado em você. E, de maneira alguma fique do lado da pessoa que está na sua frente na fila. Sabe aquela pessoa que parece que quer te ultrapassar na fila? Não seja essa pessoa.

Mas, principalmente, nunca, em hipótese alguma, coloque a mão no carrinho que não seja o seu, mesmo que sua vida dependa disso. Todos nós sabemos o horror que é quando algum desconhecido coloca a mão e se apoia no nosso carrinho. Falar com uma pessoa dessas não adianta e você vai parecer grosseiro. Uma pessoa que faz isso é capaz de qualquer coisa. Então, de maneira firme e decidida, dê uma leve sacudida no seu carrinho, como se fosse sem querer e mostre que você tem domínio da situação. Mas nunca seja aquele filho da pu indivíduo que se apoia no carrinho dos outros.


A mesma distância que deve ser respeitada na fila, deve ser respeitada na esteira do caixa. Dê uns três palmos entre suas compras e as compras da pessoa da frente. Alguns mercados dispõem de uma placa que serve para separar. Mas esse exemplo de evolução ainda não é encontrado em todo o território nacional. Então, essa distância mínima não só é requerida, é fundamental!

Por fim, ao terminar de guardar suas compras no carro, não deixe seu carrinho à deriva no estacionamento. Eu sei que, muitas vezes, o local apropriado pros carrinhos está longe da sua vaga. Para isso existem os gandulas de carrinhos, que recolhem os carrinhos abandonados e devolvem ao local correto. Mas isso não te dá o direito de largar o carrinho numa vaga vazia. Alguém com certeza vai querer usar aquela vaga. Deixe próximo a uma pilastra ou encostado em uma parede.

São regras simples, mas que, observadas, garantem o bom andamento das compras do mês. Os frequentadores do mercados ficarão felizes e assim faremos do mundo um lugar melhor, sem conflitos. Obrigado, de nada.

P.S.: Todas essas regras são inválidas no aniversário Guanabara. Ali é um experimento social onde sobrevive o mais forte.